domingo, 20 de fevereiro de 2011

Caminhada

Construí Caminhos
Pegando num batente de pedra e de terra
Fofa
Caminhei pisando esterco
Pisando espinhos
E cascas de melancia onde teimava escorregar
Caminhei por casas alheias
Soleiras de portas de madeira
Caminhei entre caminhos da roça
Entre corredores apertados
Por abraços de mandacarus
Percalços de xique-xiques e
Facheiros
Pousei
Que nem gavião
No meio do pasto
Perto do juá
Do lado da cerca apodrecida
Pela jornada da vida
Ah! Caminhar por estas bandas do sertão
Sem badogue
Sem peixeira nem canivete
Para um desatino... Viver o mundo...
Augusto Spínola

3 comentários:

Thainá Freitas disse...

Como um velho boiadeiro levando a boiada, eu vou tocando os dias pela longa estrada, eu vou. Estrada eu sou... ♫

Carolini disse...

Que lindo professor..o senho é realmente um poeta...e o meu preferido..To com muita saudades
Bj
CAROLINI(reitor 3 ano)

Weslley Almeida disse...

É muito bão ler esses versos...!
Ê sertão...!
"não oh gente oh não..."
Augusto, Parabéns!