terça-feira, 25 de outubro de 2011

Cotidiano

Acordei com uma vontade
De falar
Escrever
Poesia
Palavras libertas
Libertadoras
De almas e
De tristezas
Poesias de
Melancolias
De gente que vive
Cabisbaixo
Embaixo
Da ponte
Ao lado do luxo
E
Sobre
O lixo
Gente que mete
Medo
Às nossas consciências
Gente só...
Que vontade de
Escrever para quem vive
Ao meu lado
Ao seu lado
Capacho nosso
Miséria nossa
Andanças nossas
Gostaria de escrever
Para os pés descalços
Pés no chão
Que aponta o dedo
Para os nossos rostos
E pergunta por uma moeda
Pão de cada dia
Cachaça de cada almoço
Passagem de cada destino
Quanta vontade de poder
Dizer
Para as meninas de
Olhos puxados
Para os meninos
De camisas
Rasgadas
Para as meninas
Que puxam fios
De cabelos
A vida não nos faz
Sozinhos
Sozinhos
Nos tornamos
(Ou não...)
A Spínola