sábado, 5 de novembro de 2016

Maria Bonita

Não sei
Não sei
Não sei
Não sei
Se quero
Outra
Maria Boneca Bonita
Posso
Não morrer
Com ela.

Boneca de porcelana

Fui brincar
Sério
Com uma
Boneca de porcelana
Quase me destruí...

Saudade

Você continua
                   Aqui
Não vou
            Desistir
Ainda que
             De manhã
Por gosto
            Disfarço o choro
Finjo que é
                Sereno
À tarde
         Seca
Boca da noite
               Ouço meu soluço
A solidão
Me deixa
Chorar alto

Derrota

Perdi outra vez
Tantas vezes
Que
Não sei mais
Pra quem...
(Acho que
Sempre foi
Para mim mesmo...)

Solidão

A solidão
Reapareceu
Fazendo cobranças
Vai ver era
Fim de mês
E ela por isso
Trazia juros
Muito caro para pagar...

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Art e Foia


Por um fio

Tentei

Em cada entrada do

Beco do Colégio

Lá no Art e Foia

Desvendar os mistérios do som

Das algazarras

E tardes-noites

Regadas

A cerveja

No pátio do

Antigo Santanópolis

Debaixo das sombras

Nas aulas de gude

Do jogo de pião

Entre bancos

De jogos de tampinhas

Me via na fila da cantina

Esperando, gritando, brigando com

Marquinhos, Marcelinhos, Vans e outros colegas...

Me via no olhar das colegas-meninas-feirenses

Annes, Addas, Cristianes, Ludmilas, Francineides...

Andando na altura da quadra do pátio

Pertinho do gol

Até que Torres – ou foi Tonhão?

Soprou o apito

Apontando para o meio da quadra.

Ganhamos!

Acordei no banco do bar, quase madrugada

Ainda a tempo de ouvir

Acordes de

Paulo Monge

Júlio Figueiredo

E Carlinhos Somatória

segunda-feira, 16 de junho de 2014

BR 324, Segunda-feira


O expresso
da
Santana
de Feira
para Salvador
Era seguido
velozmente
Por uma
lua
- pobre lua
minguante
A decepção
era companheira 
sentada na
poltrona ao lado
E a viagem da
semana
Só começava...