domingo, 9 de agosto de 2009

Um sonho

Um sorriso amanheceu no canto da boca
Feito sorriso de menino endiabrado
Com cara de quem aprontou algumas

Sorriso vindo de pensamento bobo
De visões excitantes, das saudades
De fogueiras acesas em noites de lua

Vai ver menino
Teve um sonho com uma bruxa de Avalon
De outros tempos e História

E lá andava no meio do mato
No meio das brumas, ciente de não ser conhecido
Senão pelos sonhos da floresta

Por isso o sorriso no canto da boca
Se fosse no Brasil diria que parecia o curupira
Encostado no troco da árvore pitando

Resmungando palavras que seriam sempre suas
Xingamentos
Por não saber conquistar a lua

Coisas de menino ...

A Spínola

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Ansiedade

A pressa
Do tempo
Não me deixa

La
Será que
Me falta
Tempo?

A. Spínola

Tatuagem

Quando pulei
Do
17º andar
Descobrir
Que a dor
Era
Maior
Que a dor
De fazer
Uma tatuagem...
Mas aí
Já era tarde...


Augusto Spínola

quinta-feira, 2 de julho de 2009

A puta feira

Um registro

De uma Feira contemporânea

caótica,

perdida

confusa

Sem memória

Sem controle

Que cresce e se deprecia

em busca do novo

Dito moderno


da grana que se concretiza

Em estacionamentos e condomínios

e destroi as coisas belas

Que puta, a Feira!

Augusto Spínola e Adauri Porto

Alva

Sobre
Uma pele
Tão branca
Apenas
Um batom
Vermelho...
E eu.

Augusto Spínola

domingo, 7 de junho de 2009

Um bilerte

Aprendi
A separar
Silabicamente
Tantas palavras...
Separei
Os meus sentimentos
Uma
Duas vezes
Ler
Te
Bi-ler-te

A. Spínola

sábado, 2 de maio de 2009

Bando de cangaceiros

Quarenta graus
Vinte e tantos homens
Algumas mulheres
Um bando
De não sei quantos destinos
Um sol
Um caminho
Quantas noites sem dormir
Tantas madrugadas
Um punhal
Um rifle
Um parabelum
Muitas balas
Um chapéu de couro
Pouca água
Caminhos de tocaias
E desacertos
Ôxe! Deixa disso!
É somente
Um cangaceiro
Bando de cangaceiro
Que dia mais dia
Acaba
E fica na memória
É assim na história

Augusto Spínola Jr.